Sustentabilidade Empresarial

 

O consumismo aumentou de forma exponencial a partir do final da Segunda Guerra Mundial, mais especificamente nos Estados Unidos e logo após difundindo-se para o restante do mundo. O consumo desnecessário e exacerbado de bens e serviços trouxe sérias consequências ao meio ambiente, como: o desmatamento de florestas, diminuição de recursos naturais, desgaste do solo, alta poluição do ar e de rios, entre outros malefícios. (LIMA, 2010)
Buscando estabelecer medidas de proteção ao meio ambiente e promover o uso saudável e sustentável dos recursos naturais, no ano de 1972 a Organização das Nações Unidas – ONU – convocou a “Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano”. O acontecimento resultou em um documento contendo 19 princípios que, atualmente, configura um Manifesto Ambiental. (ONU BR, 2017).
Ao longo dos anos, à medida que a ONU estabeleceu acordos com os países para proteger o mundo da degradação ambiental e promover o desenvolvimento sustentável, eles precisavam ser cumpridos. Desta forma, as grandes empresas de diversos países se comprometeram a exercer uma atividades sustentáveis, incluindo o Brasil. E dessa forma dá-se o início da Sustentabilidade Empresarial.
A sustentabilidade empresarial é um modelo de negócio que, por meio de uma abordagem ampla, possibilita um equilíbrio financeiro, a preservação do meio ambiente e práticas sociais que estimulam o desenvolvimento da sociedade. (Santos e Silva, 2017).
Dessa forma, as empresas se preocupam com o chamado tripé da sustentabilidade, usando-o como uma ferramenta que mede o desempenho da organização e os compara com os quesitos econômicos, ambientais e sociais. Este termo (tripé da sustentabilidade ou Triple BottomLine) é empregado para estabelecer valores e processos que as empresas devem adquirir com o intuito de reduzir os impactos causados em três esferas: social, ambiental e econômica. (Santos e Silva, 2017).


E, ao contrário do que se pensa, a gestão ambiental não pretende frear o crescimento econômico para proteger o meio ambiente. Pelo contrário, busca esclarecer que não haverá crescimento econômico ilimitado utilizando recursos naturais restritos. (TACHIZAWA; ANDRADE, 2008). Assim,

“Essa abordagem inovadora de se fazer negócios, simboliza o conceito de sustentabilidade empresarial, no sentido de viabilizar economicamente empreendimentos, combinado com a preservação da integridade ambiental e o estabelecimento de relacionamentos harmoniosos na sociedade.” (TACHIZAWA; ANDRADE, 2008, p. 237)

É complexo, mas não podemos deixar de pensar no consumidor na hora de refletir sobre a busca da sustentabilidade, uma vez que este é protagonista em um ciclo de trocas:

“As decisões de compra dos consumidores sofrem ampla influência de diversos fatores, tanto internos quanto externos. As influências internas dizem respeito à percepção, aprendizado, memória, personalidade, emoções e atitudes. Enquanto as influências externas podem ser divididas em cultura, fatores demográficos, grupos de referência, família e atividades de marketing.” (CAMAROTTO, 2009, p.50)

Duarte (2015) define consumidor consciente aquele que não ultrapassa seu planejamento financeiro e procura adquirir produtos que não provoquem a degradação do meio ambiente, atentando-se também aqueles que não venham a ferir os aspectos sociais. Assim, consumidor consciente se baseia nos seus valores, movido pela sua consciência ética e moral no desejo de contribuir para o bem do planeta, influenciado por fatores internos e externos ele toma sua decisão de compra, optando por consumir de forma consciente.

Nessa linha de raciocínio, os consumidores também assumem maior importância ao passo que ao tornarem conscientes e exigentes com relação a proteção/preservação do meio ambiente, a cobrança sobre as organizações tende a aumentar.

Conforme o apresentado até o momento, o sucesso de uma empresa não é mais tão somente pela sua capacidade produtiva, market share, qualidade, inovação ou preço, as questões ambientais e sociais exercem grande impacto na escolha do consumidor. Sob pressão as organizações adquiriram consciência sustentável, e iniciaram um processo de mudança de comportamento, dando início a melhores práticas, assim muitas já receberam prêmios, certificações e selos sustentáveis, ganhando credibilidade. (FIGUEIREDO; ABREU; CASAS, 2009).

Por fim, é importante também destacar que, a sustentabilidade empresarial não se preocupa somente nos aspectos ambientais, sociais e econômicos, dentro de um modelo macro de gestão onde ela está inserida. Há também requisitos de suma importância como: a ética, transparência, a prática da governança corporativa de maneira efetiva, o bem-estar dos funcionários e a seleção de fornecedores engajados com a sustentabilidade, são características que de fato revelam a importância que a sustentabilidade dentro de uma empresa e o comprometimento com que todo esse processo está sendo e será desenvolvido. Assim, uma organização sustentável deve praticar a sustentabilidade em um modelo de dentro para fora, para com os demais mas também para com os seus.

REFERÊNCIAS

CAMAROTTO, Márcio Roberto. Gestão de Atacado e Varejo. Curitiba: IESDE Brasil S/A, 2009.

DUARTE, Geraldo. Dicionário de Administração e Negócios. Rio de Janeiro: Kindle Book Br, 2015.

FIGUEIREDO, Gabriela Negrão de; ABREU, Regilane Lacerda; CASAS, Alexandre LuzziLas. Reflexos do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE): Uma análise do consumidor consciente e do marketing ambiental. Pensamento & Realidade, São Paulo, v. 24, n. 1, p.107-128, 2009.

Lima, Ana Karmen Fontenele Guimarães. Consumo e Sustentabilidade: Em busca de novos paradigmas numa sociedade pós-industrial. Anais do XIX Encontro Nacional do Conpedi, Fortaleza, p.1686-1698, out. 2010.

ONU BR. A ONU e o Meio Ambiente. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/acao/meio-ambiente/>. Acesso em 29 de junho. 2021.

Silva, Mirela Auxiliadora da & Santos, Élcio Henrique dos. Sustentabilidade empresarial: um novo modelo de negócio. Revista Ciência Contemporânea, jun./dez. 2017, v.2, n.1, p. 75 – 94.

TACHIZAWA, Takeshy; ANDRADE, Rui Otávio Bernardes de. Gestão socioambiental: estratégias na nova era da sustentabilidade. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008, 247 p.